chuva dissipa camada de espuma de gordura no rio Taquari
20/01/2020 19:28 em TECNOLOGIA

VALE DO TAQUARI | A Defesa Civil de Estrela e o departamento de fiscalização ambiental da Secretara do Meio Ambiente de Roca Sales se uniram na manhã de ontem para fazer a primeira análise do rio Taquari. No primeiro percurso feito de lancha, constatou-se que a espuma havia se dissipado com a tempestade dessa quarta-feira (15). Porém, assim que a chuva parou na manhã de ontem, a camada de gordura voltou a aparecer.

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O biólogo da prefeitura, Cristian Prade, afirma que a poluição no Taquari tem origem em algum dos municípios da região alta do Vale. "O nível da água elevou-se no Taquari, com a chuva. Isso fez com que a mancha de gordura sumisse temporariamente. Isso acontece porque a gordura ficou presa nos cascalhos do rio. Conforme o sol volta a aparecer, esse material sobe para a margem do Taquari", constata. Desde o início dessa semana, moradores das cidades de Roca Sales, Muçum, Arroio do Meio, Estrela e Lajeado detectaram a presença de uma camada de espuma de gordura no rio.

"Diante da gravidade deste fato, acionamos o Ministério Público de Estrela para pedir apoio dos órgãos estaduais fiscalizadores. Nenhum deles ainda se fez presente para nos dar suporte para averiguar do que se trata esta poluição no Taquari", conta Prade. 

Alerta

A espuma branca espalhada pelo Taquari também serviu como um alerta sobre os riscos que a poluição pode causar para o rio e, como consequência para a comunidade. O coordenador da Defesa Civil de Estrela, Sandro Bremm, vai marcar uma reunião com a promotoria responsável pelo Programa de Recuperação Sustentável da Mata Ciliar do Rio Taquari para ampliar a fiscalização no Taquari.

"Constatamos que trata-se de um grande impacto ambiental para o Taquari. Nada mais justo que unirmos forças para trabalhar e dar respostas a longo prazo para a comunidade para que isso não se repita mais", explica.

O biólogo Prade pretende, também, criar um fórum regional para debater a questão de saneamento básico, já que o descarte em algumas localidades é feito no Taquari.
"É como dizem: precisamos fazer do limão uma limonada. Temos que usar este episódio para ampliar o assunto sobre a sustentabilidade e o que os nossos moradores e empresários estão fazendo de errado com nosso rio", diz.

Silêncio no Vale

A principal suspeita sobre a origem da camada de espuma gordurosa no rio Taquari recai sobre as indústrias às margens do Taquari, segundo Prade.
"Esperamos que este episódio sirva de alerta para as empresas da região saberem que vamos intensificar as fiscalizações. Me chama a atenção que Encantado não tenha se manifestado sobre o caso. Por que será?", questiona Prade.

 

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